5° Dança
DANÇA EDUCATIVA: UM FATO EM ESCOLAS DE SÃO PAULO MARTA
THIAGO SCARPATO*
RESUMO: A Dança Educativa, desenvolvida em escolas
particulares de São Paulo, está inserida na Grade Curricular da Educação
Infantil, fundamentada nas idéias convergentes de Rudolf Laban e Célestin
Freinet. Os resultados apontam os progressos no desenvolvimento do educando:
autonomia corporal e intelectual, socialização, cooperação, responsabilidade e
avanço na aprendizagem. Questiona qual o estilo de dança mais apropriado na
área da educação e ressalta a necessidade de professores habilitados para
desenvolverem trabalhos similares. Palavras-chave: Dança, Escola, Laban,
Freinet, Ensino.
Explorando o
movimento dançante
Alguns julgam que,
para ocorrer a aprendizagem, é preciso que o aluno esteja sempre sentado e
quieto. Privilegiar a mente e relegar o corpo pode levar a uma aprendizagem
empobrecida. É preciso ver o homem como ser total e único que quer aprender de
forma dinâmica, prazerosa, envolvente. O aluno imóvel nem sempre está envolvido
com o que ocorre na sala de aula, pode estar internamente inquieto, querendo se
movimentar porque é insuportável permanecer muito tempo na mesma posição.
É fundamental
desenvolver a corporeidade em todas as áreas, não nas áreas afins. (...)
Infeliz educação a que pretende, pela explicação teórica, fazer crer aos
indivíduos que podem ter acesso ao conhecimento pelo conhecimento e não pela
experiência. Produziria apenas doentes do corpo e do espírito, falsos
intelectuais inadaptados, homens incompletos e impotentes. (Freinet, 1991, p.
42)
A educação deve ser
global, não apenas visando a um aspecto do ser humano, o que supõe a dança na
educação por ser um aprendizado que integra o conhecimento intelectual e a
livre expressão do aluno. O uso da dança na sala de aula, contudo, não visa
apenas proporcionar a vivência do corpo e diminuir tensões decorrentes de
esforços intelectuais excessivos.
Na medida em que favorece a criatividade, pode trazer muitas
contribuições ao processo de aprendizagem, se integrada com outras disciplinas.
O trabalho com o
corpo gera a consciência corporal. O aluno questiona-se e começa a compreender
o que passa consigo e ao seu redor, torna-se mais espontâneo e expressa seus
desejos de modo mais natural, o que pode criar dificuldades para a prática
pedagógica autoritária, que ainda acredita que o aluno só aprende sentado.
Qual o estilo de
dança na educação?
A dança na escola vem associada a estilos que exigem uma
técnica corporal com movimentos codificados, os quais requerem um ensino
pautado em movimentos certos ou errados, dentro de um padrão técnico imposto
pelo professor, como o balé clássico, o sapateado e outros.
O ensino do balé clássico, técnica corporal codificada, é
tema polêmico. Já dentro da sala de aula, o professor divide os alunos em
talentosos e não-talentosos, e o tratamento diferenciado inicia-se. Os
talentosos mostram as seqüências de exercícios na barra ou no centro, são
corrigidos em seus passos e ocupam lugar à frente dos colegas na sala de aula.
Quando da distribuição dos personagens para um espetáculo,
recebem papel de destaque, tratamento que não difere muito do contexto escolar.
No balé clássico, todos aprenderão em, no mínimo, 8 anos, passos que serão
sempre repetidos, mecânicos, não pensados nem discutidos, que não expressam o
interior de quem os executa. Um único movimento, ou uma seqüência de
movimentos, deve revelar, ao mesmo tempo, o caráter de quem o realiza, o fim
pretendido, os obstáculos exteriores e os conflitos interiores que nascem deste
esforço. (Laban apud Garaudy, 1980).
O aluno, ao adentrar a sala, reprime seus sentimentos e
experiências corporais descobertas no cotidiano, desvinculando a emoção da
ação. Retorna-se à educação fracionária, que visa formar partes do ser.
Que cidadão a escola quer formar com um estilo de dança que
gera a competição acirrada e desumana e não a socialização e a cooperação? É
balé clássico a técnica de dança mais apropriada para o contexto escolar?
Há escolas em que, numa mesma aula, ensinam-se vários
estilos, o que gera confusão, a partir da própria nomenclatura: dança livre,
dançaexpressão corporal ou apenas dança. Dança? Qual estilo? Dança Livre com
base em quais pressupostos? Em muitas aulas ocorre uma miscelânea de balé
clássico, jazz, street-dance, axé e outros em apenas 50 minutos. O professor
“passeia” por vários estilos, que poderiam ser melhor aprofundados e
explorados, se fossem apenas um ou se existisse nesta aula uma fundamentação
teórico-prático-pedagógica que justificasse tal proposta. No Brasil,
pouquíssimos professores nas técnicas de dança procuram desenvolver a consciência
corporal, como faz a Educação Somática.1 O ensino do balé clássico e da dança
deveria unir outras práticas corporais para um trabalho consciente e crítico
com o aluno.
O desconhecimento do valor da dança por parte de
coordenadores pedagógicos, diretores de escolas e a falta de especialistas
sérios levam a um ensino confuso, sem fundamentação e reflexão. A dança na
escola não deve priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos dentro
de um padrão técnico imposto, gerando a competitividade entre os alunos. Deve
partir do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação
do aluno, objetivando torná-lo um cidadão crítico, participativo e responsável,
capaz de expressarse em variadas linguagens, desenvolvendo a auto-expressão e aprendendo
a pensar em termos de movimento.
A proposta por Rudolf
Laban2 adequa-se perfeitamente aos princípios da educação progressista,
possibilitando ao aluno expor-se por seus próprios movimentos. Não ensina
apenas a forma ou a técnica, mas educa conforme o vocabulário de movimento de
cada um, contribuindo para o desenvolvimento emocional, físico e social do
participante. Tal proposta, associada aos princípios construtivistas, reconhece
a importância da construção do movimento e da participação do aluno. Cadernos
Cedes, ano XXI, no 60 53, abril/2001.
Meu encontro com Laban e Freinet
Atuando como bailarina clássica e estudante de Pedagogia da
PUCSP, pensei em introduzir na educação uma proposta de dança diferente do balé
clássico. Foi aí que conheci, por intermédio de Maria Duschenes,3 a Teoria da
Arte do Movimento Humano de Rudolf Laban. Laban dedicou sua vida ao estudo do
movimento humano em seus significados e relações com o meio, resgatando os atos
espontâneos pela dança e considerando a rotina de movimentos como restrição à
expressividade do homem.
Sua proposta de dança não considera apenas a graciosidade,
beleza das linhas e leveza dos movimentos, mas a liberdade que possibilita ao
homem se expor por seus movimentos e encontrar a auto-suficiência no próprio
corpo.
A educação deve integrar corpo e mente, ensinando a pensar
em termos de movimento para dominá-los, e não apenas se preocupar com o domínio
da escrita, do raciocínio lógico-abstrato e da linguagem.
(...) um professor diante dos alunos sentados em suas
carteiras pode, através da compreensão, fazer tanto para ajudar toda a classe e
cada criança individualmente como o professor de dança ou de ginástica, cujo
interesse pelo movimento é mais imediato. O docente que ensina matérias do tipo
acadêmico deve apreciar os esforços expressados por meio do movimento, assim
como o professor de dança que tem que se dar conta de que há um esforço mental
implícito em toda atividade. (Laban, 1990, p. 102)
Sem vivências corporais e reflexão sobre a dança, o educador
não pode conceber o movimento dançante como algo tão importante quanto falar ou
efetuar operações matemáticas.
Dançar é tão importante para uma criança quanto falar,
contar ou aprender geografia. É fundamental para a criança que nasce dançando,
não desaprender essa linguagem pela influência de uma educação repressiva e
frustrante (...). (Béjart apud Garaudy, 1980.
Para Laban, a criança tem o impulso inato de realizar
movimentos similares aos da dança. Cabe à escola levá-la a adquirir consciência
dos princípios do movimento, preservando sua espontaneidade e desenvolvendo a
expressão criativa. O aprendizado da dança deve integrar o conhecimento
intelectual e criatividade do aluno, desenvolvendo os pilares da educação
(Delors, 2000).
Quando no curso de Pedagogia na PUC-SP, conheci a proposta
pedagógica de Freinet com o livro Freinet – Evolução histórica e atualidades
(Sampaio, 1989) e filiando-me ao Núcleo Freinet Cidade de São Paulo.4 Freinet
não propõe um método de ensino, mas Técnicas5 pedagógicas para trazer à sala de
aula o interesse, a alegria, a cooperação. Substitui a prática tradicional por
uma prática pedagógica que leva à ação.
Freinet teve sua
saúde prejudicada, ao servir como soldado na Primeira Guerra Mundial. As lições
orais o deixavam cansado, sem fôlego, a sala de aula, mal ventilada, cheirando
a mofo, dificultava sua respiração. Surge a primeira Técnica: a aula-passeio.
Eles saem. Começam as famosas “aulas-passeio” (curiosa
antinomia!) – que vêm, tranqüilamente, negar o disciplinamento forçado dos
corpos e das mentes das crianças do povo. (Oliveira, 1995, p. 112.
A aula-passeio visa colocar o aluno em contato com o meio
externo para descobertas que motivem a criação do texto livre, outra Técnica
Freinet.
A escola precisa realizar experiências com o corpo dos
alunos, que não é um esqueleto a ser treinado pela repetição de movimentos, mas
por atividades prazerosas. A criança tem necessidade de andar e saltar: não a
podemos condenar a ficar imóvel, porque certamente falharíamos e a
prejudicaríamos (...).
Porque a criança tem necessidade de agir, criar e trabalhar,
isto é, empregar a sua atividade numa tarefa individual ou socialmente útil
(...). (Freinet, 1974, p. 49) A criança deve viver experiências variadas: cair,
sujar as mãos, escorregar, gritar etc, o que contribui para o desenvolvimento
dos músculos, da curiosidade e da audácia.
Laban e Freinet: uma proposta pedagógica para o ensino de
dança Laban (1879-1958) e Freinet (1896-1966) foram contemporâ- neos, mas não
se conheceram. Suas experiências de vida são completamente diferentes.
Laban, filho de militar, viveu em ambientes luxuosos, viajou
por vários países e estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Freinet, filho
de camponeses, levou uma vida simples e humilde e não completou seus estudos.
Ambos apresentavam, no início do século XX, idéias avançadas
demais para a época, até hoje não incorporadas na prática da educação
brasileira, como a proposta de dança de Laban e as Técnicas de ensino de
Freinet. Para Laban, a sala de aula é espaço constrangedor e incômodo, com mesa
e cadeiras unidas, que restringem a inclinação natural do corpo. Para Freinet,
as carteiras dão a impressão de aprisionamento, imobilidade. Ambos consideram o
homem como um ser integrado: corpo-mente, salientando a necessidade de
respeitar o ritmo interno de cada um. Os atos e atividades espontâneas são uma
forma de exteriorizar idéias e sentimentos.
A educação não deve partir só de explicações teóricas, mas
também do tateamento experimental.6 Laban e Freinet têm consciência de que o
meio interfere na vida e na formação do ser humano, questionando os avanços da
tecnologia por gerarem a imobilidade, o sedentarismo, prejudicial ao
desenvolvimento. As propostas de Laban e Freinet podem integrar-se numa
proposta de ensino de Dança Educativa7 nas escolas, por contribuírem para o
desenvolvimento do educando nos aspectos:
1- compromisso
2 - responsabilidade
3 - senso crítico
4 - envolvimento
5 - comunicação
6 - respeito
7 - autonomia
8 – cooperação
9 - livre expressão
10- socialização
11- criatividade
12- interesse
13 - cidadania
14 – aprendizagem.
Tal proposta de dança procura levar o aluno à ação-sensação-reflexão,
contribuindo para aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e
aprender a viver juntos, que constituem os quatro pilares da educação. A
Comisão Internacional sobre a Educação para o século XXI recomenda que a arte
deve ter um espaço maior do que lhe é dado na escola (Delors, 2000, p. 100). Um
acontecimento em escolas paulistanas Há alguns anos, venho ministrando a
disciplina Dança Educativa na Grade Curricular da Educação Infantil em escolas
particulares da cidade de São Paulo, tendo como pressupostos as teorias de
Rudolf Laban e Célestin Freinet.
O Colégio Nova Era foi a primeira escola do Brasil a
acreditar nessa proposta, valorizando a dança como mais uma linguagem artística
a ser desenvolvida pelo educando. Situado na Zona Norte de São Paulo, o Colégio
tem uma proposta pedagógica diferente das escolas da região, inspirada nos
princípios freinetianos. Muito antes da LDB 9394/96 prever a Arte como
disciplina obrigatória e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1996) proporem
trabalhar várias modalidades da área, como a dança, o teatro, a música e as
artes visuais, a escola já tinha as disciplinas Música, Teatro e Artes Visuais
na Grade Curricular da Educação Infantil ao Ensino Fundamental.
A dança foi incluída no currículo, depois que apresentei à
escola minha proposta de Dança Educativa. A coordenação pedagógica recusava,
até então, a disciplina intitulada Dança com aulas de balé clássico, por julgar
que tal estilo deveria ser desenvolvido em academias de dança e não no contexto
escolar.
Na Educação Infantil , nível de ensino que atuei, tinha a
professora polivalente e os professores especialistas na área de Arte, com
aulas de música, dança educativa e artes visuais. Nas aulas com as classes do
Maternal, Jardim I, Jardim II e Pré, explorava os Temas Básicos do Movimento de
Laban e as Técnicas Freinet.
As aulas começavam com a roda de conversa. Espontaneamente,
os alunos contavam alguma experiência que tiveram com o corpo, algum fato, e
anunciava-se o que iria acontecer naquela aula de dança. Começavase a
desenvolver o aspecto número 8: Envolvimento.
Elaborávamos as Regras, combinando, professor e aluno, o que
deveria ou não ser feito durante a aula: “Posso correr?” “Por que não?” “Posso
ficar conversando o tempo todo com o colega?” “O que fala na aula é o meu
corpo, não a boca!” Tudo era registrado num cartaz e fixado na sala. Sempre que
possível, recorria-se às Regras elaboradas e que deviam ser cumpridas. Muitas
vezes, as aulas podem gerar nos alunos grande ansiedade, o que causa agitação,
descontração, brincadeiras inadequadas.
É a hora de parar a
aula, “perder tempo” para relembrar as Regras construídas por todos. Aspectos 2
e 4: Compromisso e Responsabilidade. O aprendizado da Dança Educativa integra o
conhecimento intelectual e a habilidade corporal e criativa do aluno. A
alfabetização é um processo pelo qual a criança codifica e decodifica o mundo
que a cerca, processo que não atinge somente o aspecto cognitivo do aluno, mas
o aluno como um todo: emocional, social, corporal etc.
Numa das aulas com a turma do Pré, foi lançado o desafio de
escreverem individualmente e em grupos as letras de seus nomes e dos colegas
com o corpo. A atividade deixou-os extremamente empolgados: socializaram os
conhecimentos, cooperaram com os colegas e participaram espontaneamente.
No final da aula, na roda de avaliação, expuseram o que
vivenciaram:
É gostoso trabalhar em grupo.
É diferente e a gente
aprende mais.
Mexe os ossos do corpo.
Escrever é mais fácil que mostrar com o corpo.
Aprender fazer a letra com o corpo.
Torce o corpo para escrever a letra.
Aspectos desenvolvidos: 1. Aprendizagem, 5. Interesse, 9.
Socialização, 10. Comunicação, 13. Autonomia, 14. Cooperação.
O projeto Arca de Noé, realizado com todos os professores,
cada um em sua especialidade, culminou na montagem do musical Depois da
Cadernos Cedes, ano XXI, n 65 o 53, abril/2001 Arca.
Durante o processo, sugeri que pensassem no movimento dos
animais da Arca de Noé e o mostrassem com seus corpos. O processo de criação
coreográfica foi desenvolvido com os alunos do Pré, que recorreram ao aprendido
para a elaboração das coreografias do musical.
No final do projeto, os alunos, individualmente, fizeram a
autoavaliação. “Para Freinet, uma das necessidades vitais da criança é saber se
avaliar. Cada um aprende a se auto-avaliar através do trabalho que foi capaz de
fazer...” (Sampaio, 1989, p. 182).
Auto-avaliação de Matheus (6 anos, aluno do Pré):
O projeto da Arca de Noé possibilitou desenvolver os
aspectos, sobretudo o 6 (senso crítico), o 7 (criatividade), o 11 (livre
expressão) e o 12 (respeito). O processo ação-sensação-reflexão pode ser
observado nos alunos da Educação Infantil: postura corporal, domínio do
movimento, relação com os fatores de movimento:8 peso, tempo, espaço e fluência
de forma harmoniosa, a autoconfiança para apresentar-se numa dança em público
ou expor suas opiniões para a classe, o respeito para com o grupo, sabendo
ouvir e ser solidário, o que constitui os pilares da educação: aprender a ser,
aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a viver juntos (Delors, 2000).
A necessidade de um corpo docente especializado
Diante das contribuições que a Dança Educativa traz para a
formação integral, crítica, cooperativa e participativa do aluno, torna-se
sumamente necessário um professor especialista.
Os professores que hoje atuam com dança na escola têm
formação superior em Educação Física, Educação Artística, Dança ou em outra
área da educação, alguns sem curso superior e que só trabalham em academias com
balé clássico, sapateado etc.
O currículo de Educação Física inclui várias disciplinas,
entre estas a dança, ou outra nomenclatura, desenvolvida em um semestre, um ano
ou como disciplina optativa. Qual o estilo de dança ensinado nas universidades?
Algumas oferecem uma visão geral da dança, apresentando todos os estilos. Será
que tais cursos preparam o aluno para lecionar Dança na escola? Os cursos de
Educação Artística oferecem uma disciplina chamada Expressão Corporal, que,
muitas vezes, privilegia a formação de atores.
Outros, ainda, oferecem, conforme a proposta da instituição,
a disciplina Licenciatura em Dança. Sem conhecimento claro de qual estilo de
dança é mais adequado para ser desenvolvido no contexto escolar. Em São Paulo,
o Curso de Dança Educativa, da Faculdade Paulista de Artes, capacita
professores para trabalharem com a Dança-Educação. Enfoca a Teoria de Movimento
de Laban relacionada aos princípios da educação progressista e ressalta as
contribuições que gera no desenvolvimento e, consequentemente, no processo de
ensino-aprendizagem da criança. É ainda uma gota no oceano!
Notas
1. A Educação
Somática, proposta por Feldenkrais, Alexander, Ideokinesis, Body-Mind Centering
e outros, trabalha simultaneamente com aspectos motores, perceptivos, cognitivos
e sensoriais. In: SOTER, Silvia, A educação somática e o ensino da dança,
Lições de dança 1. Rio de Janeiro: UniverCidade, 1998.
2. Vide SCARPATO, Marta Thiago. O corpo cria, descobre e
dança com Laban e Freinet. Dissertação de mestrado, Faculdade de Educação
Física/Unicamp, Campinas, 1999, p. 11.
3. Maria Duschenes trouxe a Teoria de Laban para o Brasil e
a difunde há mais de 50 anos. Durante muitos anos formou professores para
trabalharem com a Teoria da Arte do Movimento Humano.
4. O Núcleo Freinet Cidade de São Paulo divulga a Pedagogia
Freinet entre professores da rede pública e particular por meio de encontros,
assessorias e artigos.
5. Freinet, op. cit., p. 38.
6. Para Freinet, a aprendizagem por tateamento experimental
é processo natural, universal e interativo, que supõe inúmeras tentativas pela
ação-reflexão.
7. A terminologia Dança Educativa foi apresentada por Laban
em seu livro Dança educativa moderna (São Paulo: Ícone, 1990). Há outras
terminologias do ensino de dança em escolas: dança criativa, dança expressiva,
movimento expressivo, educação pelo movimento, que usam na íntegra ou em partes
a Teoria de Laban. As escolas em que trabalho preferem o termo Dança Educativa
a Dança Criativa. É uma área ainda nova no Brasil e os educadores, na grande
maioria leigos em dança, optam pelo termo Dança Educativa. O ensino de dança,
valorizado e proposto nos PCNs (1996), tem como fundamento os pressupostos de
Laban, embora só o citem na bibliografia. Como a grande maioria de professores
de dança, que hoje estão na escola, é formada em Educação Física, Dança ou
Artes e poucos conhecem a Teoria de Laban, os PCNs deveriam ser mais explícitos
quanto aos princípios e proposta de dança que assumem.
8. Op. cit., p. 16.
EDUCATIONAL
DANCE: A FACT IN THE SCHOOLS OF SÃO PAULO ]
ABSTRACT:
The Educational Dance taught in the private schools of São Paulo, based on the
theories of Rudolf Laban and Célestin Freinet. The results show the progress in
the development of the students: bodily and intellectual autonomy,
socialization, cooperation, responsability and advance in learning. This
article questions the appropriate dance style in the school environment and
points out the scarnecess of trained teachers to develop similar work. Key
words: Dance, School, Laban, Freinet, Teaching
Referências bibliográficas
DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. Relatório para
a Unesco da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Rio
Tinto: Asa, 1996.
FREINET, C. Pedagogia do bom senso. 3ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1991. _______ . Conselho aos pais. 2ª ed. Lisboa: Estampa, 1974.
GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1980.
LABAN, R. Domínio do movimento. São Paulo: Summus, 1978.
_______ . Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990. _______ . Dance in general. In: The Laban Art of
Movement Guild nº 26, London, 1961.
NORTH, M.
Movement and dance education. UK: Northcote House, 1990.
OLIVEIRA, A.M.M. Célestin Freinet: Raízes sociais e
políticas de uma proposta pedagógica. Rio de Janeiro: Papéis e Cópias de
Botafogo, 1995.
PARÂMETROS Curriculares Nacionais. Ministério da Educação e
do Desporto, Secretaria do Ensino Fundamental, Distrito Federal: MEC/SEF,1996.
SAMPAIO, R.M.W.F. Freinet: Evolução histórica e atualidades.
2ª ed. São Paulo: Scipione, 1994.
SCARPATO, M.T. O corpo cria, descobre e dança com Laban e
Freinet. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação Física/Unicamp,
Campinas, 1999.
SOTER, S. A educação somática e o ensino da dança. In:
Lições de dança 1. Rio de Janeiro: UniverCidade, 1998.
link http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n53/a04v2153.pdf
link http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n53/a04v2153.pdf
Escolhemos pois, nos mostra que o movimento humano corporal pode ir muito mais além do que imaginamos, ou seja através do simples deslocamento do corpo no espaço pode constituir-se em uma linguagem que permite as crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano expressando seu fazer movimento em ação e interação na sociedade em que vive.
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