A importância da utilização da música na educação
infantil
La importancia de la utilización de la música en
la educación infantil
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*Aluno
do curso de licenciatura em Educação Física na União
das
Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO)
**Especialista
em Educação Física Escolar
Docente
do curso de Educação Física na União
das
Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO)
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Vitor Ponchio Garcia*
Renato dos Santos**
(Brasil)
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Resumo
A linguagem musical está
presente na vida dos seres humanos desde o nascimento, e a criança tem
necessidade de desenvolver o senso de ritmo. O ser humano tem várias maneiras
de responder aos estímulos do meio ambiente, e o movimento é uma delas. Os
bebês apresentam reações e preferências, e estão prontos para aprender muito
mais do que se costumava pensar. É necessário
analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de
musicalização para bebês. A música tem sua contribuição para o
desenvolvimento cognitivo e motor despertando a criatividade. No dia a dia
das crianças, ela vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a
formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina.
Partindo da hipótese de que a música pode influenciar o desenvolvimento
cognitivo e motor da criança o presente estudo buscou, através de estudo da
literatura existente, demonstrar que a música tem uma contribuição muito
grande para as crianças em desenvolvimento. Assim, o estudo concluiu que
através da música o desenvolvimento da criança pode ser facilitado, trazendo
mais atenção para a aula, e estimulando a criatividade e o movimento do
aluno.
Unitermos: Música. Ritmo. Atenção.
Criatividade. Desenvolvimento.
Abstract
Musical language is present in human being’s life since birth, and
children have the needing of developing the sense of rhythm. Human beings
have several ways to respond to the stimulus of the environment, and
movements are one of them. Babies show reactions and preferences, they are
ready to learn much more than it was used to think. It is necessary to analyze what kind of
contribution a work about music for babies can provide. Music has its contribution to the cognitive and motor development,
awakening creativity. In everyday life, music has different purposes as a
support for habits, attitudes, discipline formation and routine conditioning.
Assuming that music can influence child’s cognitive and motor developing, the
purpose of this study is, through the existent literature, to show that music
has a great contribution to developing kids. Therefore, this study conclude
that through music the child’s development can be easier, bringing more
attention to school, stimulating student’s creativity and movements.
Keywords: Music. Rhythm. Attention. Creativity. Developing.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº
169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/
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1. Introdução
É preciso
preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos
conhecimentos sistematizados, mas também com o ensino de expressões, movimentos
corporais e percepção. (SILVA, 2010)
Quando oferecemos
música e um ambiente sonoro em diferentes situações, permitimos que bebês e
crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de musicalização. Escutando os
diferentes sons de brinquedos, dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há
observação, descoberta e reações. (UNESCO, 2005)
A música está
presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator determinante nos
desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os indivíduos. (MARTINS,
2004)
Desde o nascimento,
a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo, pois o mundo que a
rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados por diversos
aspectos.(FERREIRA et al, 2007)
É necessário
contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de
musicalização para bebês, como isso pode acontecer e as influências que a mesma
pode proporcionar na formação do desenvolvimento futuro dos seres humanos.
(MARTINS, 2004)
A musicalização é um
processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e
desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade,
criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória,
concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização
e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de
movimentação. (BRÉSCIA, 2003)
As atividades de
musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo
sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o
outro.(CHIARELLI; BARRETO, 2005)
Devemos lembrar que
o gesto e o movimento corporal estão conectados à música, porque o som é também
gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz os diferentes sons que percebe
através dos movimentos.
Os diferentes
aspectos que a envolvem, além de promoverem comunicação social e integração,
tornam a linguagem musical uma importante forma de expressão humana e, por
isso, deve ser parte do contexto educacional, principalmente na educação
infantil. (UNESCO, 2005)
É uma linguagem cujo
conhecimento se constrói e não um produto pronto e acabado. Então a
musicalização na escola é essencial. Traz alegria, descontração, entusiasmo,
tudo o que se precisa para o trabalho escolar. (LIMA, 2010)
Através dessas
premissas formaram-se os seguintes questionamentos: Como a música pode auxiliar
no aprendizado das crianças? Qual tipo de música terá um melhor aproveitamento
para a melhora do aprendizado?
Para responder a
tais questionamentos, o presente estudo, que teve como metodologia a pesquisa
bibliográfica, buscou como objetivo esclarecer estas dúvidas sobre o uso da
música na educação infantil.
Foi possível através
de este estudo observar a expressividade da música na educação infantil. Como
ela pode auxiliar, atraindo a atenção do aluno e ajudando a desenvolver
capacidades.
2. A música
A música é algo que
está sempre associada à cultura e às tradições de um povo e de sua época.
(SOUSA E VIVALDO, 2010). Música e dança, juntos, são atividades existentes
desde os tempos primitivos; suas histórias habitualmente aparecem associadas de
tal forma, que podemos dizer: a dança é irmã da música.
É vista por muitos
como a primeira das artes, tanto no que se refere à história humana quanto à
sua importância na vida de todos nós. Para as civilizações primitivas, os sons
tinham significado, o qual também estava presente em seus primitivos
instrumentos. Já para nós, ela é reconfortante e, muitas vezes, auxilia o nosso
equilíbrio emociona. Talvez isso aconteça porque a música nos remete ao
primeiro e mais importante som da vida: as batidas do coração de nossa mãe. O
som uterino está gravado no inconsciente e simboliza proteção, aconchego e
tranquilidade.
A música está
presente em diversas situações e com diferentes objetivos, pois há composições
usadas para ninar, para dançar. Os países têm seus hinos, assim como as escolas
e os times de futebol. Existem músicas típicas regionais. Inclusive, vemos
hoje, em diversas maternidades, som ambiental nas salas de parto. (UNESCO,
2005).
“A música é
linguagem universal, mas com muitos dialetos, que variam de cultura para
cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de organizar os sons e de
definir as notas básicas e seus intervalos.” (JEANDOT, 1997).
Segundo Bréscia
(2003), a música é uma linguagem universal, tendo participado da história da
humanidade desde as primeiras civilizações. Conforme dados antropológicos, as
primeiras músicas seriam usadas em rituais, como: nascimento, casamento, morte,
recuperação de doenças e fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades, a
música também passou a ser utilizada em louvor a líderes, como a executada nas
procissões reais do antigo Egito e na Suméria.
A música é a
sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. O ritmo, a melodia, o
timbre e a harmonia, elementos constituintes da música, são capazes de afetar
todo o organismo humano, de forma física e psicológica. Através de tais
elementos o receptor da música responde tanto afetiva quanto corporalmente.
(FERREIRA, 2005).
Sobre o ritmo, Le
Bouch (1994) o define como sendo a organização ou estruturação dos fenômenos
temporais, sendo eles periódicos ou não. Todo ser humano é dotado de ritmo, que
se manifesta antes mesmo do nascimento, através dos batimentos cardíacos,
depois pela respiração e pela fala e que está presente também nas formas
básicas de locomoção. Por isso, o ritmo é considerado o elemento da música que
está mais associado ao movimento, às ações motrícias do Homem.
É o ritmo externo ao
Homem que coloca em jogo, mais do que tudo, o movimento corporal e possíveis
modificações fisiológicas. Autores e pesquisadores que conceituaram o ritmo
admitem a dificuldade de situá-lo como algo concreto e a impossibilidade de
defini-lo e de avaliá-lo de forma objetiva. Poderíamos considerar que o ritmo é
um fenômeno que existe de fato (TIBEAU, 2006).
Hanebuth (1968)
argumentou que o ritmo constitui a coordenação motora e a integração funcional
de todas as forças estruturadoras, tanto corporais como psíquicas e
espirituais.
Entender o ritmo
como algo interno e que pode ser alterado a partir de estímulos externos,
advindos do meio ambiente, é considerá-lo como impulsionador de processos
psíquicos, afetivos e emocionais.
O ritmo está
presente em todas as manifestações da motricidade humana, é universal e o
percebemos em todos os movimentos da vida. (TIBEAU, 2006).
Zampronha (2002)
considera que o ritmo possibilita ao indivíduo tomar consciência de seu corpo.
Compartilhando com
as ideias de Trebels (2003), movimento é deslocamento de posição no tempo e no
espaço.
A correlação entre
movimento e ritmo, citada por Camargo (1994) é que: "O movimento, com
todas as suas implicações físicas, emocionais e mentais, é um fenômeno dotado
de organização, que se evidencia no espaço, no tempo e sob determinado ritmo.”
Assim, ritmo e
movimento humano se desenvolvem simultaneamente no tempo e no espaço,
confirmando a consideração de que o ritmo é movimento, que o movimento é ritmo
e que ambos estão ligados à percepção temporal, espacial e proprioceptiva.
(TIBEAU, 2006)
No entender de
Fonseca (1996) o ritmo e a música, assim como o movimento, devem ser vistos de
dentro para fora, na medida em que não há movimento, música e ritmo para as
pessoas, mas sim pessoas que se movem, que vivem e sentem a música e o
movimento.
3. Os efeitos
da musica sobre o homem e como ela pode auxiliar no desenvolvimento infantil
A linguagem musical
está presente na vida dos seres humanos e há muito tempo faz parte da educação
de crianças e adultos. Desde o nascimento, a criança tem necessidade de
desenvolver o senso de ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão
de ritmos evidenciados por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas,
no voo dos pássaros, nos pingos de chuva, nas batidas do coração, numa banda,
num motor, no piscar de olhos e até mesmo na voz das pessoas mais próximas.
É necessário
contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de
musicalização para bebês, como isso pode acontecer e as influências que a mesma
pode proporcionar na formação do desenvolvimento futuro dos seres humanos.
Pesquisas em diversas áreas do conhecimento enfocam a contribuição da música no
desenvolvimento infantil, procurando conhecer e analisar as ações e reações dos
bebês ainda na gestação, logo após o nascimento e no período sensório-motor. (FERREIRA et al, 2007)
Ouvir, cantar e
dançar, é atividade presente na vida de quase todos os seres humanos, ainda que
seja e diferentes maneiras.(BRITO, 2003) As crianças mesmo ainda antes do
nascimento são envolvidas com o universo sonoro, pois na fase intrauterina os
bebes convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo, movimentos e pela
voz da mãe, constituindo assim um material sonoro para eles. (WANDERLEY, 2010)
Segundo Sekeff
(2007) “a música é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial,
emocional e intelectual”.
Alguns dias após o
nascimento, as cólicas começam a surgir e a música de ninar parece beneficiar e
ajudar a diminuir as cólicas infantis, proporcionando tranquilidade para o bebê
e os pais ou responsáveis por esta vida ainda tão indefesa. (MARTINS, 2004)
Tanto Ilari (2003)
como Beyer (1988) referem-se a diversos trabalhos que notificaram que bebês
expostos à música durante a gravidez exibem mudanças nos batimentos cardíacos e
nos movimentos corporais quando ouvem a mesma música após o nascimento, o que
indica que eles a reconhecem.
Estudos confirmam
que o desenvolvimento auditivo nos seres humanos é o único que começa a
funcionar na 25ª semana da gestação, sendo que na 32ª semana o sistema auditivo
estará completo, enquanto que, os outros órgãos sensitivos ainda se encontram
em desenvolvimento. (ILARI, 2002)
Ao longo dos
primeiros anos de vida, o bebê apresenta um ritmo de desenvolvimento muito
acelerado (PAPALIA, OLDS, FELDMAN, 2006), sendo os ganhos desenvolvimentais
potencializados em função da maior plasticidade cerebral e aumento das redes neurais
(GABBARD, 1998). Os principais movimentos que o indivíduo apresenta nessa fase
são os movimentos reflexos, as estereotipias e os movimentos voluntários
(GALLAHUE, OZMUN, 2005; HAYWOOD, GETCHELL, 2004; PAYNE, ISAACS, 2007).
Os movimentos
reflexos são respostas físicas automáticas desencadeadas involuntariamente por
um estímulo específico. (BEE, 2003). Outra categoria de movimento observada nos
bebês são as estereotipias, que são movimentos rítmicos, padronizados, relativamente
invariáveis e submetidos a um controle central. Esses movimentos são
considerados benéficos para o desenvolvimento posterior, acredita-se que eles
componham uma fase de transição entre a atividade reflexa e voluntária (PAYNE,
ISAACS, 2007).
Os bebês apresentam
reações e preferências, e estão prontos para aprender muito mais do que se
costumava pensar (BEYER, 1988). Este aspecto vem sendo discutido com a
preocupação em melhorar a qualidade da educação musical e aproveitar os meios
de trabalhar-se com eles, já que os bebês são receptivos e seu potencial de
aprendizado vai além da concepção do educador. (MARTINS, 2004)
Muitas questões
ainda se apresentam como desconhecidas no que tange à percepção cognitiva
musical dos bebês, mas estudos (BEYER, 1988, 2000; ILARI, 2003), demonstram que
a música no primeiro ano de vida influencia consideravelmente no
desenvolvimento futuro da criança, podendo ser utilizada como meio auxiliar no
desenvolvimento das habilidades motora, oral, social, emocional e uma melhor
percepção auditiva.
Brito (2003) afirma
que “o processo de musicalização dos bebês e crianças começam espontaneamente,
de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do
cotidiano, incluindo aí a presença da música”.
De acordo com Gainza
(1988):
Cada um dos aspectos
ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual
mobiliza com exclusividade ou mais intensamente: o ritmo musical induz ao
movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura
musical (na harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a afirmação
ou para a restauração da ordem mental no homem.
Para Jeandot (1997)
o som prende a atenção das crianças e o contato com o objeto viabiliza a
interação com o mundo sonoro, pois o objeto produz sons e desperta à criança
para atitudes de gestos variados. Como recurso auditivo a música está presente
desde o nascimento da criança e estará contribuindo no seu desenvolvimento e
compreensão do mundo.
A música no dia a
dia das crianças vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a
formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina,
comemorações de datas diversas etc. Assim o emprego de diferentes tipos de
música é uma questão vinculada a cada situação, mas muitas vezes e sempre
acompanhadas de gestos e movimentos que pela repetição se torna mecânicos e
estereotipadas. (GÓES, 2009)
O Desenvolvimento
Motor, especificamente, consiste nas mudanças no comportamento motor ao longo
da vida, progredindo de movimentos simples até a realização de tarefas motoras
altamente especializadas (GALLAHUE, OZMUN, 2005).
As atividades com
música são um meio de expressão e de conhecimento acessível aos bebês e às
crianças, inclusive àquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem
musical é um dos canais que desenvolve a expressão, o autoconhecimento e o
equilíbrio, sendo poderoso meio de interação social. (UNESCO, 2005)
A música tem sua
contribuição para o desenvolvimento cognitivo e motor despertando a
criatividade. Cada criança ao escutar uma melodia, interpreta-a de forma única
e pessoal. Além da forma de internalização, inversamente, a música fornece,
também subsidio para externalizar sentimentos.
As diferentes
situações contidas nas brincadeiras que envolvam música fazem a criança crescer
através da procura de soluções e de alternativas. O desempenho psicomotor da
criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo com a motivação ela
consegue. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a
imaginação. Como consequência a criança fica mais calma relaxada e aprende a
pensar, estimulando sua inteligência. (GÓES, 2009)
Através da música o
ser humano consegue uma forma de expressar-se sentimentalmente, traz consigo a
possibilidade de exteriorizar as alegrias, as tristezas e as emoções mais
profundas, emergindo emoções e sentimentos que as palavras são muitas vezes
incapazes de evocar. (LIMA, 2010)
Beyer (1988); Feres
(1998) e Ilari (2002) consideram a música importante no primeiro ano de vida,
como colaboradora no desenvolvimento musical propriamente dito, mas também no
desenvolvimento cognitivo, nas habilidades motoras, linguísticas e na percepção
auditiva.
Sendo assim a música
deve ser considerada uma verdadeira “linguagem de expressão”, parte integrante
da formação global da criança influenciando no desenvolvimento dos processos de
aquisição do conhecimento, sensibilidade, sociabilidade e criatividade.
A música no dia a
dia das crianças vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a
formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina,
comemorações de datas diversas etc. Assim o emprego de diferentes tipos de
música é uma questão vinculada a cada situação, mas muitas vezes e sempre
acompanhadas de gestos e movimentos que pela repetição se torna mecânicos e
estereotipadas. (GÓES, 2009)
Inúmeras pesquisas,
desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, particularmente nas
décadas finais do século XX, confirmam que a influência da música no
desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas delas demonstraram que o
bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.
(NOGUEIRA, 2003)
Schlaug, da Escola
de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha),
revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro
grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas
regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor. SHARON (2000).
Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da audição e da
motricidade fina das pessoas. O que estes autores perceberam, é que a prática
musical faz com que o cérebro funcione “em rede”. Além disso, os
instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não dominante do que
pessoas comuns.
Após analisar as
gravações em vídeo no projeto que Beyer (1988) desenvolve com bebês na cidade
de Porto Alegre, foram observados importantes progressos no desenvolvimento
geral das crianças, sendo que as mesmas informações também foram relatadas
pelas mães. Segundo as mães, a música tem contribuído para o desenvolvimento de
várias habilidades das crianças como a linguagem, a psicomotricidade, a
percepção auditiva, a sociabilidade, além de acalmá-las e fazer as crianças
mais felizes.
Quando os bebês
participantes do projeto foram expostos a músicas conhecidas, foi possível
perceber reações diversas no decorrer das observações, como sorrir, sacudir e
levar à boca os instrumentos musicais, explorando-os. Alguns deles reagiram
movimentando o corpo, ora sacudindo, ora balançando; outros balbuciando sons,
experimentando-os com o próprio corpo (MARTINS, 2004)
Com as crianças em
idade pré-escolar convém enfatizar a liberação do instinto rítmico,
principalmente por meio da expressão corporal de uma forma criativa e
espontânea e da utilização de exercícios rítmicos, com acompanhamento do ritmo
de canções. (FERREIRA et al, 2007)
Já Gainza (1988)
ressalta que: “A música e o som, enquanto energia, estimulam o movimento
interno e externo no homem”.
O ser humano tem
várias maneiras de responder aos estímulos do meio ambiente, e o movimento é
uma delas. Segundo Ferraz (1987 apud FERREIRA et al, 2007, p. 12) “Utilizamos
nosso universo interior perceptivo e cognitivo – ideológico a fim de que se
processe a leitura através do diálogo entre nós e o objeto lido”. O corpo
expressa sensações, emoções, sentimentos e pensamentos. A linguagem corporal
afirma o conceito do ser humano expressando a si mesmo, ele é seu próprio
instrumento. A linguagem do corpo conscientiza-se na dança, na mímica, na
ginástica, nas dramatizações, nos jogos e na expressão teatral. A dança é a
expressão corporal da poesia latente em todo ser humano.
4. A influência
do desenvolvimento físico aliado a música e o que mais desperta o interesse da
criança na música para melhora do aprendizado infantil
Para Bréscia (2003)
a musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como
objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento
da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da
imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao
próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva
consciência corporal e de movimentação.
As atividades de
musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo
sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro.
Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades podem contribuir de
maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/ linguístico,
psicomotor e sócio-afetivo da criança, da seguinte forma:
·
Desenvolvimento cognitivo/ linguístico: a fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem
oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Nesse sentido, as experiências
rítmico musicais que permitem uma participação ativa favorecem o
desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela
desenvolve sua acuidade auditiva; ao acompanhar gestos ou dançar ela está
trabalhando a coordenação motora e a atenção; ao cantar ou imitar sons ela esta
descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que
vive.
·
Desenvolvimento psicomotor: as atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a
criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e
mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e
equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age
sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as
tensões. Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são
experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o
senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o processo
de aquisição da leitura e da escrita.
·
Desenvolvimento sócio-afetivo: a criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se
diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros.
Através do desenvolvimento da autoestima ela aprende a se aceitar como é, com
suas capacidades e limitações. As atividades musicais coletivas favorecem o
desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a
cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além
disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe deem prazer, ela
demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de
segurança e auto-realização. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)
Bréscia (2003)
ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos, correspondentes às
fases do desenvolvimento infantil:
·
Sensório-Motor: São atividades que relacionam o som e
o gesto. A criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se
corporalmente para representar o que ouve ou canta.
·
Simbólico: Aqui se busca representar o
significado da música, o sentimento, a expressão. O som tem função de
ilustração, de sonoplastia.
·
Analítico ou de Regras: São jogos que envolvem a estrutura da música, onde são necessárias a
socialização e organização. Ela precisa escutar a si mesma e aos outros,
esperando sua vez de cantar ou tocar. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)
A música, devido a
suas características intrínsecas, pode colaborar no desenvolvimento das
estruturas cognitivas, bem como favorecer o desenvolvimento de outras
habilidades, como as emocionais, as sociais e as musicais, propriamente ditas.
(MARTINS, 2004)
Delalande citado por
Pires (2005), diz que desde os primeiros dias da vida, elas são atraídas pelos
sons musicais e manifestam-se de diversas maneiras, como sorrisos, interagindo
com os sons através dos movimentos corporais, como palmas e toques nos
brinquedos sonoros.
A música está
bastante ligada ao lúdico e ao brincar. Em todos os povos, as crianças brincam
com a música. Jogos e brinquedos musicais, como as rodas cantadas, são
encontrados nos lugares aonde houver crianças. (UNESCO, 2005)
As brincadeiras de
roda integram poesia, música e dança, sendo também muito apreciadas pelas
crianças, principalmente por causa do movimento. (FERREIRA et al, 2007)
Rosa (1990) destaca:
A importância de o
educador proporcionar momentos onde a criança descubra, analise e compreenda os
ritmos do mundo, através da observação e do contato com instrumentos musicais,
com a dança, com o folclore, etc. Deve estar atento a valorizar todas as formas
de expressão escolhidas pelas crianças, pois a mesma comunica-se principalmente
através do corpo.
No interior do
Brasil existem inúmeras danças, cantigas de roda e ciranda que incentivam
movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas realizada em grupo,
que possuem um profundo sentido socializador, estético e transcendente, mas
que, ainda não são devidamente valorizados nos cotidiano das escolas. Estas
músicas que cantam histórias dançam mitos e falam da memória e da alegria do
povo são rituais vivenciados por todas as idades que podem se tornar o vínculo
afetivo e cultural entre a escola e a comunidade. (GÓES, 2009)
5. Como a
música pode ser uma facilitadora do desenvolvimento infantil
Devemos lembrar que
o gesto e o movimento corporal estão conectados à música, porque o som é também
gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz os diferentes sons que percebe
através dos movimentos de balanço, flexão, andar, saltar, etc. Quando ouve um
impulso sonoro e realiza um movimento corporal intencional, a criança está
transpondo o som percebido para outra linguagem, muitas vezes a da dança.
Quando oferecemos
música e um ambiente sonoro em diferentes situações, permitimos que bebês e
crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de musicalização. Escutando os
diferentes sons de brinquedos, dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há
observação, descoberta e reações, mesmo nos bebês. (UNESCO, 2005)
A música na
instituição infantil é principalmente produzir e pensar música com as crianças.
(GÓES, 2009)
Nos berçários,
brincadeiras que envolvem música, canto e movimento possibilitam a percepção
rítmica, mesmo porque os bebês produzem ruídos e balbucios desde
recém-nascidos. Proporcione diversas situações e experiências de explorações e
descobertas tanto sonoras quanto musicais para os bebês.
Até por volta de um
ano e meio, a criança mais nos ouve do que canta, no entanto, já demonstra suas
preferências e as acompanha de alguma forma. Em um segundo momento, canta os
finais das frases ou as partes preferidas e, muitas vezes, um pouco depois de
nós. A partir dos 3 anos, a criança já entoa todo o repertório de seu meio,
cantando integralmente muitas das músicas conhecidas.
Assim como no
desenvolvimento musical, quanto mais as crianças tiverem oportunidade de
vivenciar situações em que possam se expressar pela dança, mais naturalmente
usarão essa linguagem. (UNESCO, 2005)
Para GAINZA (1988),
a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e
por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.
Brito (2003), nos
fala que:
É difícil encontrar
alguém que não se relacione com a música [...] Surpreendemo-nos cantando aquela
canção que parece ter “cola” e que não sai da nossa cabeça e não resistimos a,
pelo menos, mexer os pés, reagindo a um ritmo envolvente [...].
Atividades como
cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes
para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a
coordenação motora, sendo fatores importantes também para o processo de
aquisição da leitura e da escrita. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)
5.1. A música e
educação escolar. Sua influência na aprendizagem e como deve ser utilizada para
um resultado mais expressivo
É preciso
preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos
conhecimentos sistematizados como Português, Matemática, História, Geografia e
Ciências, mas também com o ensino de expressões, movimentos corporais e
percepção. (SILVA, 2010)
Segundo Rosa (1990)
a criança desenvolve os sentidos desde que nasce, por isso um dos papéis da
escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e desenvolver em
todos os sentidos harmonicamente.
Pacheco (1991) e
Ponso (2008) defendem a escola como lugar de aprendizagem significativa e
apresentam o recurso musical como um símbolo valoroso no aprendizado dos alunos
de anos iniciais do ensino fundamental, que conhecem este recurso auditivo, mas
não o utiliza de forma racional e sistematizada.
A música no contexto
da Educação Infantil vem, ao longo de sua história, atendendo a vários
objetivos. Tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos,
como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos, a realização de
comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo, a memorização de
conteúdos, todos traduzidos em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas
por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e
estereotipada. (FERREIRA et al, 2007)
A Educação Infantil
no seu dia a dia vivencia muitas atividades musicais, pois desde a chegada da
criança na creche ou na escola infantil esta é recebida com músicas que alegram
o ambiente e faz com que a criança possa desejar permanecer na sala de aula.
(CHIARELLI; BARRETO, 2005)
A música possui
vários significados e representações no cotidiano das pessoas e se utilizada de
forma adequada pode ser um agente facilitador em diversos contextos que
envolvam o raciocínio e a aprendizagem. Sabe-se que a música tem um papel
relevante na educação infantil. Pois o envolvimento da criança com o universo
sonoro começa ainda antes do nascimento. (GÓES, 2009)
A importância da
linguagem musical do folclore teve a contribuição de povos de três continentes:
europeu, principalmente os portugueses, povos africanos e povos indígenas que
habitam o Brasil. (FERREIRA et al, 2007)
“As rondas ou
brincadeiras de roda integram poesia, música e dança. No Brasil receberam
influências de várias culturas, especialmente da lusitana, ameríndia, espanhola
e francesa” (BRASIL, 1998, p. 71).
Na Educação
Infantil, o contato com pessoas diferente do meio familiar possibilita que ela
estabeleça novas relações e adquira novos conhecimentos. Convém fazer a criança
descobrir o folclore em suas próprias manifestações, relacionando-as com as
manifestações das outras crianças. As canções folclóricas têm como
características a autoria anônima, a aceitação coletiva que conduz à criação de
variantes, a transmissão oral, a tradicionalidade.
Ladainhas para
saltar corda são pequenos versos que acompanham ritmicamente o ato de pular
corda. Pertencem à cultura popular infantil e passam de geração para geração
através da atividade lúdica e espontânea das crianças. Deve-se resgatá-las,
enquanto recurso pedagógico de obtenção de alguns dos objetivos da Educação
Física Escolar.
Quando a criança
pula corda recitando uma ladainha, o desenvolvimento do senso rítmico é mais
expressivo do que quando ela simplesmente realiza o movimento sem recitar, há
um elemento novo a ser considerado pela criança representado pelo ritmo da
ladainha. E sempre que há a introdução de um elemento novo em qualquer
atividade, esta se torna mais complexa e mais desafiadora.
Quando a criança
realiza este trabalho em grupo, com outras crianças girando a corda ou pulando
junto, à complexidade é ainda maior porque ela tem de coordenar o ritmo da
ladainha ao seu e ainda ao do grupo, e isto representa novos ajustes motores e
cognitivos.
O andamento da
ladainha pode ser alterado, a pedido do professor ou por iniciativa das
próprias crianças, representando novo desafio a ser vencido ao nível do espaço
e do tempo.
Muitas ladainhas
contêm diálogos que são efetuados entre a criança que salta e o grupo,
constituindo verdadeiras comunicações rítmicas. Associar o ritmo à fala,
combinar linguagem oral com gestual e melhorar a organização espaço-temporal
são, então, objetivos inerentes a este trabalho combinado de pular e recitar
versos. No nível do domínio motor, objetiva-se o desenvolvimento da coordenação
motora, da agilidade, da força e resistência localizada de pernas, da
resistência cardiorrespiratória e das habilidades motoras de saltar e correr.
As crianças, em geral, realizam com prazer à atividade, repetindo-a várias
vezes, até sem a insistência do professor, e essa repetição é importante para
melhorar o rendimento.
Ao fazermos
referência das ladainhas para saltar corda, brincadeiras cantadas, pequenas
danças folclóricas e jogos com regras. Esta união de atividades lúdicas se
justifica pela importância de assegurar a preservação da cultura popular o
aparecimento da capacidade de auto-organização das crianças e pelo senso de
competitividade evidenciado por elas nesta fase do desenvolvimento. (FERREIRA
et al, 2007)
Ponso (2008)
descreve a utilização da música no universo literário, através de poemas,
parlendas, lendas, fábulas, quadrinha, trava-língua, provérbios, advinha e
historias infantis. No momento do desenho, da alfabetização, da escrita, da leitura,
da fala, do desenvolvimento motor, dos conhecimentos de novos saberes, a música
será um recurso sonoro que irá contribuir na construção do conhecimento da
criança através das vibrações e da aplicabilidade que linguagem musical permite
produzir.
Ouvir música,
aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, são
atividades que despertam, estimulam e desenvolve o gosto pela atividade
musical. (BRASIL, 1998)
Distintas áreas do
conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. Pois, ela
atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social,
emocional e espiritual, podendo a música ser considerada um agente facilitador
do processo educacional. (SOUSA; VIVALDO, 2010).
A música está
presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator determinante nos
desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os indivíduos. (MARTINS,
2004)
Os diferentes
aspectos que a envolvem, além de promoverem comunicação social e integração,
tornam a linguagem musical uma importante forma de expressão humana e, por
isso, deve ser parte do contexto educacional, principalmente na educação
infantil. (UNESCO, 2005)
Através da música o
educador tem uma forma privilegiada de alcançar seus objetivos, podendo
explorar e desenvolver características no aluno. O individuo com a educação
musical cresce emocionalmente, afetivamente e cognitivamente, desenvolve
coordenação motora, acuidade visual e auditiva, bem como memória e atenção, e
ainda criatividade e capacidade de comunicação. (LIMA, 2010)
Ao inserir-se a
música na prática diária do ambiente educativo, a mesma pode tornar-se um
importante elemento auxiliador no processo de aprendizagem da escrita e da
leitura criando o gosto pelos diversos assuntos estudados, desenvolvendo a
coordenação motora, o ritmo, auxiliando na formação de conceitos, no
desenvolvimento da autoestima e na interação com o outro.
Não só um
instrumento de alfabetização, a música é um excelente instrumento de cidadania,
e projetos que envolvem músicas, integração social e esporte, especialmente com
crianças e adolescentes carentes ou de rua, espalham-se pelo país e são cada
vez mais populares pela sua eficácia. (GÓES, 2009)
Segundo Martins
(1985, p.47) educar musicalmente é propiciar à criança uma compreensão
progressiva da linguagem musical, através de experimento e convivências
orientadas. O conhecimento é construído a partir da interação da criança com o
meio ambiente, e o ritmo é parte primordial do mundo que o cerca.
Alguns autores que
pesquisaram a problemática em questão, também alertam sobre a ruptura que
comumente há na passagem da educação infantil às séries inicias do ensino
fundamental, em que a ludicidade perde espaço para os livros didáticos e exercícios
repetitivos, conduzindo às práticas enfadonhas e descontextualizadas. A música
pode mostrar como soluções simples, criativas e divertidas podem dar excelentes
resultados no ambiente educativo.
Desde o século
passado, a música está incluída na prática escolar com diferentes tendências e
enfoques. Mas, a prática da educação musical nunca esteve presente na
totalidade do sistema de ensino por várias razões como. A música é uma forma de
conhecimento que possibilita modos de percepção e expressão únicas e não pode
ser substituída por outra forma de conhecimento.
Os recursos
pedagógicos são elementos práticos para operacionalizar o ensino. Podemos citar
os recursos naturais, audiovisuais, visuais, auditivos e estruturais como
componentes auxiliadores do momento de ensino/aprendizagem. A música é um
recurso auditivo, que pode contribuir com a proposta de ensino do professor, de
maneira interativa às disciplinas. (GÓES, 2009)
Snyders (1990)
descreve a música como uma obra de arte. Dela pode-se extrair riquíssimos
temas, abordando as mais diversas disciplinas. É fato que as escolas, não
valorizam a música. Por sua vez, os professores que utilizam a música como
instrumento, em seu trabalho, obtêm resultados positivos. A música influencia
os jovens e crianças. Por toda essa riqueza a música é um recurso para a parte
pedagógica.
Se o contexto for
significativo, a música como qualquer outro recurso pedagógico, tem
consequências importantes em seu desenvolvimento motor e afetivo. (GÓES, 2009)
A linguagem musical
deve estar presente no contexto educativo, envolvendo atividades e situações
desafiadoras e significativas que favoreçam a exploração, a descoberta e a
apropriação de conhecimento. A ludicidade evidenciada nas atividades de sala de
aula ou até de Educação Física possibilita que o professor oportunize a criança
um programa de atividades motoras. (FERREIRA et al, 2007)
Do ponto de vista
pedagógico, as músicas são consideradas completas: brincando com músicas as
crianças exercitam naturalmente o seu corpo, desenvolvem o raciocínio e a
memória, estimulam o gosto pelo canto. (GÓES, 2009)
Segundo Martins
(1985) a música deve ser um material para o processo educativo e formativo mais
amplo, dirigido para o pleno desenvolvimento do sujeito social.
Cada vez mais
instituições educacionais estão utilizando a música como eixo norteador do
processo de alfabetização. A música atrai e envolve as crianças, serve como
motivação, eleva a autoestima, estimula diferentes áreas do cérebro, aumenta a
sensibilidade, a criatividade, à capacidade de concentração e fixação de dados.
(GÓES, 2009)
A presença da música
na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência,
relacionando-se ainda com habilidades linguísticas e lógico-matemáticas ao
desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar
melhor no mundo. Além disso, a música também vem sendo utilizada como fator de
bem estar no trabalho e em diversas atividades terapêuticas, como elemento
auxiliar na manutenção e recuperação da saúde. (CHIARELLI; BARRETO, 2005).
Sendo assim,
crianças que recebem estímulos musicais adequados, aprendem a escrever mais
facilmente, tem maior equilíbrio emocional, pois se sabe que a música esta
inserida no cotidiano da criança desde o ventre materno. (GÓES, 2009)
As atividades
musicais nas escolas devem partir do que as crianças já conhecem desta forma,
se desenvolve dentro das condições e possibilidades de trabalho de cada
professor. (SCAGNOLATO, 2009). É importantíssima, porém faz-se necessário
ressaltar que deve ser direcionada, para não ser apenas uma aula de curtição.
(LIMA, 2010)
As atividades de
musicalização também favorecem a inclusão de crianças portadoras de
necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, não
apresentam pressões nem cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e
relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento
social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e abrindo
espaço para outras aprendizagens. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)
Bréscia (2003)
afirma que:
Crianças mentalmente
deficientes e autistas geralmente reagem à música, quando tudo o mais falhou. A
música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando
dificuldades de fala e de linguagem. A terapia musical foi usada para melhorar
a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular.
Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que
existe distúrbio da fala.
As aulas em que se
utilizam desse recurso devem ser feitas de forma a introduzir a magia dos sons,
permitindo as crianças a criação e a execução de atividades musicais de maneira
lúdica e prazerosa. Nessas aulas os alunos podem construir instrumentos
musicais com materiais sucateados, desenvolvendo a coordenação motora enquanto
se descontraem cantando e se divertindo, além de ampliarem o vocabulário a
música permite o convívio social. (SOUSA; VIVALDO, 2010)
Outros estudos
apontam também que, mesmo se o contato com a música for feito por apreciação,
isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção e
propriedade, os estímulos cerebrais também são bastante intensos. (NOGUEIRA,
2004)
A música não
substitui o restante da educação, ela tem como função atingir o ser humano em
sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a
perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é possível
atingir a esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a
agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do
som, e por meio da melodia, atinge a afetividade. (SCAGNOLATO, 2006)
Visando uma
aprendizagem significativa e de acordo com as necessidades impostas pela
sociedade nos dias de hoje, se torna cada vez mais necessária a ludicidade no
ambiente educacional de nossos alunos, pois ela é capaz de tornar o aprendizado
prazeroso e estimulante. (SOUSA; VIVALDO, 2010)
A música é
importante para trabalhar temas atuais, assim o aluno desperta o senso critico,
analisando a letra da música. Relacionando-as com a realidade da sociedade.
(LIMA, 2010)
As atividades
desenvolvidas em aulas de musicalização, em geral podem auxiliar no
desenvolvimento do cérebro, cabendo ao educador pesquisar, planejar,
diagnosticar e ajudar o aluno a desenvolver a inteligência musical e construir
seu conhecimento vivenciando as diversas formas de “fazer música” (MARTINS,
2004).
É uma linguagem cujo
conhecimento se constrói e não um produto pronto e acabado. Então a
musicalização na escola é essencial. Traz alegria, descontração, entusiasmo,
tudo o que se precisa para o trabalho escolar. (LIMA, 2010)
A música no
cotidiano escolar pode não somente ajudar as crianças no aprendizado, mas
também nos casos de crianças que tenham problemas de relacionamento ou
inibição, para isso é preciso aliar música e movimento. (SOUSA; VIVALDO, 2010)
6. Conclusão
A pesquisa realizada
demonstra a importância da música na educação infantil, o quanto e como ela
contribui para o desenvolvimento da criança. Como e quais tipos de música devem
ser utilizadas para um melhor aproveitamento na educação e no desenvolvimento
como ser humano social.
A música está
presente na vida do ser humano desde o nascimento, todos os sons do ambiente
são música para os bebês. Música também está presente na cultura dos povos, nas
crenças, danças e também nas brincadeiras. Ela ajuda o bebê a desenvolver os
movimentos, a linguagem, a sociabilidade, além de trazer calma. Isso deve ser
utilizado nas escolas infantis, para auxiliar num desenvolvimento mais rápido e
mais eficaz nas crianças.
Na educação
infantil, as músicas muitas vezes são utilizadas para criar hábitos, como lavar
as mãos, hora do lanche, entre outros, e isso favorece para a educação saudável
da criança, alem de estimular a sociabilidade. Também favorece o estimulo
rítmico da criança, que desenvolve uma linguagem corporal para expressar a
música que ouve.
Por tudo isso a
música deve ser utilizada para contribuir no desenvolvimento da criança, tanto
intelectualmente quanto fisicamente. Devem ser utilizadas músicas com ritmos
fáceis de acompanhar com palmas, gestos e expressões corporais, para que a
criança possa desenvolver suas capacidades.
Devemos lembrar que
as crianças da educação infantil estão em constante desenvolvimento e
aprendizado, então temos que estimular de forma positiva e facilitar sua
aprendizagem. Podemos através de a música encurtar o caminho e facilitar o desenvolvimento
das crianças, além de sociabilizas mais facilmente, ajudando a respeitar os
outros que com ela convivem.
Pode-se concluir
através deste estudo que a música é mais um objeto a ser utilizado para
facilitar o desenvolvimento da criança, sendo utilizada corretamente, e
estimulando a criança poderemos ter um desenvolvimento facilitado, além de
crianças mais sociáveis e mais calmas.
Referências bibliográficas
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BEYER, E. S. W. A abordagem cognitiva em música: uma
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1988.
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BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
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BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998.3 v: il p.71.
http://www.efdeportes.com/efd169/a-musica-na-educacao-infantil.htm
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