Ensino da natureza e sociedade na
educação infantil
Vivemos em uma época de profundas e significativas
mudanças. A ação é constante e presente em todos os momentos e lugares.
Como não poderia ser diferente, a escola também deve buscar novos caminhos
que venham oportunizar às crianças, melhor atuação junto ao objeto do
conhecimento.
Neste contexto, a observação e exploração do meio
constituem-se duas das principais possibilidades de aprendizagem das crianças,
pois proporciona experiências concretas indispensáveis, tanto ao
desenvolvimento intelectual quanto ao afetivo. É dessa forma que poderão
gradualmente construir as primeiras as noções de respeito às pessoas do seu
grupo social e das relações humanas. É importante que cada um compreenda e
assuma a responsabilidade com o lugar em que vive, em todas as dimensões.
Assim a natureza, deve ser analisada levando-se em conta o
seu vínculo com a sociedade uma vez que estão interligadas. Como pode-se
observar ao longo dos tempos surgiram as preocupações com o meio ambiente,
com os recursos naturais renováveis e não-renováveis e com a continuidade da
vida no planeta.
Para a construção de um mundo socialmente mais justo e
ecologicamente mais equilibrado é necessário uma grande responsabilidade
individual e coletiva, do nível local e global. Deste modo, os valores
ensinados devem ser vivenciados pelas crianças por meio da implementação de
práticas voltadas para a resolução de problemas concretos que levem a uma
participação ativa de cada criança e da coletividade.
Observar a infraestrutura dos bairros, promover palestras e
convocar famílias, as associações de moradores para debater os problemas e
possíveis soluções são formas eficientes de envolver as crianças em
atividades que certamente ficarão marcadas na vida deles. Partindo do meio em
que vivemos, que é rico em possibilidades de exploração, deve-se sempre
apresentar a realidade concreta e no ponto de partida para a criança entender
melhor o seu mundo, seu espaço, sua história, reconhecendo a natureza como
provedora de bens para sua sobrevivência na Terra.
Sabe-se que a criança constrói a sua vivência a partir de
valores advindos de sua família e de grupos que lhe são próximos, adquirindo
e desenvolvendo noções sobre o conceito de natureza e sociedade à medida que
interage com o mundo à sua volta, dando-lhe assim sentido e significado.
O educador francês Célestin Freinet foi criador das
aulas-passeio que tinham o objetivo de aproximar o trabalho em sala da vida
real das crianças. Freinet criou uma pedagogia do trabalho, na qual a
atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação
é formar cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e
transformar o meio e emancipar quem o exerce. Segundo as sua teoria, as
relações entre o homem, as cidades e o meio ambiente sempre sofreram
transformações e nunca foram iguais. A criança não só tem um papel ativo,
a escola é a continuação natural da família e do meio.
Na concepção do professor e pesquisador Lev Vygotsky, a
questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito
com o meio.
Ovide Decroly, médico e ducador, afirma que as crianças
aprendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente pode
organizar-se em partes, ou seja, do caos à ordem. “O meio natural é o
verdadeiro material intuitivo capaz de estimular forças escondidas da
criança.”
A possibilidade da criança de formular suas próprias
questões, buscar respostas, imaginar soluções, formular explicações,
expressar opiniões e concepções do mundo que a cerca, confrontando-as com as
das demais pessoas contribui para que ela construa conhecimentos mais
elaborados. A interação com adultos e crianças de diferentes idades, a
participação em brincadeiras, em suas diferentes formas, a exploaração do
espaço, o contato com a natureza são experiências necessárias para o
desenvolvimento infantil.
É valido lembrar que para tanto, o professor, como mediador
deve utilizar algumas estratégias de ensino com o intuito de ampliar a
conhecimento das crianças, partindo de questionamentos, coleta de dados,
experiência direta, experimentação, leitura de livros, revistas, jornais e
enciclopédias, quando for o caso, sempre considerando os conhecimentos das
crianças sobre o assunto a ser trabalhado.
Percebe-se que pelo conteúdo das respostas da entrevista,
que as vivências na infância são cruciais no desenvolveimento da criança e
se refletem durante toda a sua vida. O intenso contato com a natureza, os
animais a sociedade e também o momento histórico no qual a pessoa vivia
contribuíram muito para a formação da sua sensibilidade e percepção de
mundo.
A humanidade finalmente acordou para a necessidade de
preservar o meio ambiente e impedir a destruição da própria espécie. Há
muito ainda para ser realizado. Muitas escolas já estão ajudando as crianças
a mudar de atitude para se transformar em cidadãos mais consciente.
REFERÊNCIAS
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Curso Superior de Pedagogia:
módulo 4. Londrina: UNOPAR: 2007. 166 p. il.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria
de Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Ensino
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF: 1998. 3v.: il.
REVISTA NOVA ESCOLA. Edição Especial: Grandes pensadores.
A história do pensamento pedagógico no Ocidente pela obra de seus maiores
expoentes. São Paulo, Editora Abril. Fundação Vitor Civita. Dezembro 2004.
Por: Iara Maria Stein Benítez em 14/02/2012
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